Na Hispack queremos destacar o nosso modelo de trabalho e o nosso compromisso com a inovação

Entre os próximos dias 24 e 27 de maio, realiza-se em Barcelona a 18.ª edição da Hispack, a grande feira internacional de embalagens organizada pela Fira de Barcelona. Este ano, reúnem-se mais de 600 expositores e a DS Smith terá uma presença de destaque, ao participar como Global Partner do evento.
A organização da Hispack entrevistou Ignacio Montfort, Managing Director da DS Smith Ibéria, que partilhou a sua visão sobre o setor, a empresa e os pontos-chave da participação da DS Smith nesta edição desta conceituada feira internacional.

O verdadeiro potencial desta feira é criarmos um espaço de diálogo e colaboração onde possamos aprofundar as necessidades dos nossos clientes, fornecedores e parceiros.


É Managing Director da DS Smith na Ibéria desde 2019, uma etapa que, possivelmente, não esperava que fosse assim, dada a conjuntura que vivemos nos últimos dois anos. Que avaliação faz do estado atual do setor após o contexto mais severo da pandemia? Como foi vivido esse período na DS Smith Ibéria?

A crise sanitária foi um ponto de viragem em que todos os setores tiveram de se adaptar às novas necessidades dos consumidores em tempo recorde. Devemos destacar o papel que a nossa empresa desempenhou como fornecedor essencial, demonstrando que somos um protagonista de relevo na produção de packaging para determinados setores como o alimentar, o farmacêutico ou o de e-commerce.

Em relação ao estado atual do setor, verificamos que tanto o e-commerce como os projetos ligados às embalagens sem plástico aceleraram e estamos muito bem posicionados para capitalizar esse crescimento.

A DS Smith conta com três linhas de negócio: packaging – principalmente em cartão –, papel e reciclagem. Todos estão implantados na Ibéria? Algum deles assume uma maior relevância?

Após a venda da divisão de plásticos em 2019, consolidámo-nos como uma empresa líder em packaging sustentável, centrando todos os nossos esforços na produção de produtos à base de fibra de papel.

A divisão de Packaging está no centro do negócio da DS Smith. Na verdade, "redefinir o packaging para um mundo em constante mudança" é o nosso propósito como empresa. Isso reflete-se tanto na nossa estratégia global como nas instalações que a empresa tem na Ibéria.

Em linha com a economia circular, pode falar-nos sobre algumas das ferramentas que desenvolveram, como as Métricas de Design Circular?

As Métricas de Design Circular são uma ferramenta revolucionária no setor. Com elas, oferecemos aos nossos clientes uma visão única de como as escolhas de packaging podem reduzir o seu impacto no meio ambiente.

Esta ferramenta inovadora permite verificar e comparar o desempenho de um design de packaging através de um total de oito indicadores, como a reciclabilidade, o conteúdo reciclado ou a otimização da cadeia de fornecimento, que proporcionam uma visão clara da circularidade e ajudam a identificar as áreas com potencial de melhoria.

Através deste processo de desenvolvimento colaborativo, os clientes podem comparar o impacto ambiental de diferentes alternativas de packaging para criar soluções mais circulares, um fator chave para as empresas que desejam impulsionar a sua eficiência em termos de sustentabilidade através das suas embalagens.

A DS Smith anunciou o compromisso ambicioso de alinhar todas as suas operações globais para limitar o aumento da temperatura do planeta a 1,5°C, em relação à temperatura anterior à Revolução Industrial. Que compromissos foram assumidos pela empresa para conseguir a transição para as zero emissões líquidas de carbono? 

Para alcançar este objetivo estabelecido no Acordo de Paris, estamos a acelerar a redução das emissões de carbono nas nossas operações e nas dos nossos parceiros e fornecedores. Nesse sentido, comprometemo-nos a reduzir as nossas emissões de gases com efeito de estufa de Scope 1, 2 e 3 em 46%, em termos absolutos, até 2030, em comparação com os níveis de 2019. Além disso, este objetivo está em linha com o nosso compromisso de atingir as zero emissões líquidas (Net Zero) até 2050.

A inovação é também um dos principais pilares da empresa e faz parte do seu ADN. Sendo um grupo internacional, a inovação é transversal a todos os países ou é realizada localmente, adaptada às necessidades dos diferentes territórios onde operam?

A inovação é, sem dúvida, essencial para a nossa empresa. Os nossos designers trabalham com os clientes para criar soluções de packaging inovadoras, que se adaptem aos seus produtos e às exigências do mercado, sempre com a sustentabilidade em mente. Na Ibéria, por exemplo, temos quatro PackRight Centres, onde designers e engenheiros trabalham lado a lado com os clientes para encontrar as soluções que melhor respondem às suas necessidades específicas.

Na DS Smith, acreditamos que as melhores práticas são as partilhadas. Por isso, os nossos 700 designers trabalham através de uma rede interligada e coordenam-se entre todas as regiões para beneficiar desta aprendizagem e, depois, adaptá-la às particularidades de cada mercado. Além disso, temos a nossa própria biblioteca de designs, onde partilhamos o nosso know-how globalmente.

Em que medida considera que a inovação pode ajudar a digitalização do setor?

Para nós, inovação e digitalização andam de mãos dadas, não as consideramos conceitos isolados. A inovação é a chave para continuarmos a ser líderes e atingirmos os nossos objetivos em termos de sustentabilidade e a digitalização é uma peça fundamental que facilita e torna possível este processo. Exemplo disso é o nosso primeiro hub de inovação híbrido, localizado em Lisboa. Este centro, um modelo piloto concebido pela primeira vez na DS Smith, nasceu para realizar sessões de trabalho, inspiração e análise, tanto presenciais como virtuais. Desta forma, é possível encurtar os tempos de resposta nos projetos e garantir a segurança nos momentos em que a mobilidade é mais complexa, como vimos durante a pandemia.

O setor do packaging conseguiu adaptar-se a um novo contexto durante a pandemia. Não é por acaso que a alimentação e a saúde, dois setores fundamentais durante a crise sanitária, posicionaram o packaging como um elemento indispensável para garantir o abastecimento de produtos essenciais. Olhando para o futuro, quais são os principais desafios para este setor, que foi fundamental nos últimos dois anos?

Atualmente, o setor do packaging enfrenta vários desafios fundamentais que vão determinar o futuro do setor. Em primeiro lugar, devemos continuar a trabalhar para alcançar os nossos objetivos de sustentabilidade e descarbonização, principalmente num momento em que o packaging está tão presente no dia a dia dos consumidores. Por outro lado, a crise sanitária evidenciou, mais do que nunca, a necessidade de sermos capazes de nos adaptar rapidamente às mudanças e tornarmos a digitalização um pilar fundamental do nosso setor. Por exemplo, vemos uma crescente procura de produtos personalizados, onde a impressão digital desempenha um papel fundamental. Por essa razão, no ano passado, incorporámos na nossa fábrica de Lisboa uma impressora digital Single-Pass que nos permite oferecer qualidade fotográfica com prazos de entrega recorde.

A menos de três meses da Hispack, pode falar-nos de algumas das novidades que serão apresentadas na próxima edição?

Este ano apresentaremos alguns dos nossos principais projetos de inovação, especialmente orientados para o mercado de Grande Consumo, como Ecovete, Atlas ou Ultim-8, bem como soluções específicas para a categoria de e-commerce, como Oyster e Secure ePack. Destacamos também os nossos projetos relacionados com a substituição de plásticos, desenvolvidos para setores específicos como o do vinho, e alguns designs surpreendentes, como uma solução de embalagem para bicicletas ou uma caixa desenvolvida para bolas de futebol.

Na área industrial, apresentaremos diversas soluções de box pallet automontáveis e sustentáveis, a nossa nova linha de embalagens para granéis líquidos e sólidos de 1.000 l e as nossas soluções de embalagens retornáveis ​​com tratamentos ESD.

Além das novidades focadas nos produtos, queremos também destacar o nosso modelo de trabalho e a aposta na inovação com o novo conceito de hub híbrido e a abertura dos nossos mais recentes PackRight Centres na Ibéria, que marcaram um antes e um depois na forma como criamos as nossas soluções de packaging.

Qual o papel de uma feira como a Hispack para o setor do packaging?

A Hispack destaca a relevância de um setor imprescindível, que desempenha um papel essencial na cadeia de fornecimento e que, além disso, tem um peso específico inegável na contribuição para as estratégias de sustentabilidade de muitos setores.

Além disso, é uma oportunidade magnífica para nos reencontrarmos após estes dois anos de distanciamento. O verdadeiro potencial desta feira é criarmos um espaço de diálogo e colaboração onde possamos aprofundar as necessidades dos nossos clientes, fornecedores e parceiros. Será, sem dúvida, o fórum ideal para descobrir as tendências do mercado e também apresentar as novidades que nos ajudarão a levar o setor do packaging mais além.