Entrevista com Carmen Lara, Diretora de Recursos Humanos

Carmen Lara é a nova responsável de Recursos Humanos da DS Smith Tecnicarton e assume um cargo que comporta novos desafios devido à integração da empresa na multinacional DS Smith. Além disso, este posto contempla a atividade das 10 fábricas da empresa, tanto em Espanha como em Portugal, França e Marrocos. E como se não bastasse, a empresa encontra-se num momento de expansão.

Pergunta: O seu ingresso na empresa foi recente: pode contar-nos como correu a sua chegada à DS Smith Tecnicarton? Como é que encontrou a empresa?

Resposta: Ingressei na Tecnicarton no passado mês de setembro, e como qualquer processo de onboarding, este também precisa de tempo… Encontrei uma empresa em pleno processo de transição devido à integração na DS Smith.

Pergunta: Uma empresa que tem 10 centros de trabalho disseminados deverá ter uma forma de trabalhar especial. Como é o seu dia a dia para coordenar esta área?

Resposta: Atualmente ando a visitar as diferentes fábricas para conhecer as suas equipas de trabalho e as particularidades do negócio em cada zona. A intenção é trabalhar na implementação de processos e procedimentos que sejam suficientemente flexíveis e que permitam otimizar a gestão de recursos humanos de cada uma das fábricas, com base num acompanhamento prestado pela central.

Pergunta: Quais são as vantagens e os inconvenientes desta disseminação?

Resposta: No que toca às vantagens, destacaria a proximidade ao cliente. Estar perto do cliente permite-nos oferecer uma resposta rápida e adaptar-nos melhor às suas necessidades diárias. Em suma, favorece a criação de negócio e a otimização da sua gestão.

No que se refere aos inconvenientes, a complexidade na gestão de recursos humanos, bem como a necessidade de trabalhar muito “a comunicação interna”. É fundamental estabelecer um contacto constante com as equipas de trabalho e manter presença; nesse sentido, as novas tecnologias, como o Skype, ajudam-nos bastante.

Pergunta: Que trabalhos desempenhou anteriormente?

Resposta: Trabalhei sempre na área de Recursos Humanos desempenhando cargos de natureza generalista. Gosto de ter uma visão global da função de Recursos Humanos, pois para mim todas as suas áreas estão interligadas. Quanto aos setores, sobretudo no setor de serviços. Neste sentido, cada setor tem a sua particularidade; o fundamental é conhecermos muito bem a “cadeia de valor”; se soubermos bem como é que se gera o negócio, os processos básicos de recursos humanos podem adaptar-se ao tipo de negócio.

Pergunta: O que a levou a aceitar o desafio de vir trabalhar para a DS Smith Tecnicarton?

Resposta: A verdade é que o projeto em si mesmo me pareceu um desafio no seu conjunto. Uma empresa em fase de crescimento, em pleno processo de mudança devido à integração na DS Smith, a criação do próprio departamento de Recursos Humanos, o tipo de negócio da empresa, um negócio baseado na inovação como cartão-de-visita e, portanto, como elemento diferenciador, e, finalmente, a sua estrutura baseada em fábricas disseminadas.

Em suma, trata-se de uma empresa baseada no conhecimento, pelo que o seu cerne são as pessoas.

Pergunta: Que projetos ou iniciativas pretende desenvolver nos próximos meses?

Resposta: A folha de rota para os próximos meses é visitar o resto das fábricas em Espanha, Portugal, França e Tânger, para começar a trabalhar nas necessidades a curto prazo que existem em cada um destes locais e, paralelamente, implementar o programa de Performance Development Review.

Pergunta: Entre esses projetos, existe algum para potenciar a comunicação interna e entre os próprios centros?

Resposta: Muito recentemente, o departamento de Marketing lançou uma nova intranet interativa que permite criar foros internos, afixar notícias, documentos, etc. Para a área de Recursos Humanos, será uma ferramenta muito útil, pois permitir-nos-á disponibilizar a toda a equipa da Tecnicarton os projetos em que estamos a trabalhar, tanto a nível local como central. Portanto, fomentar-se-á a agilidade e o fluxo de informação.

Pergunta: Entre as 10 fábricas, há três que estão fora do território nacional. Quais as implicações, a nível de recursos humanos, de se trabalhar com outros países?

Resposta: Entre as implicações, importa realçar sobretudo aspetos como lidar com diferentes legislações laborais e sistemas tributários, aspetos culturais próprios de cada país, etc. Neste sentido, torna-se necessário aprofundar o conhecimento das referidas normativas, bem como recorrer a fornecedores externos que nos possam aconselhar adequadamente em tudo o que se refere à área laboral.

Pergunta: Como avaliaria a equipa de trabalho da DS Smith Tecnicarton?

Resposta: Fundamentalmente, trata-se de uma equipa jovem, fidelizada com o projeto, pró-ativa e tenaz.

Pergunta: Como atrairia talento para a empresa?

Resposta: Para atrair talento para a DS Smith Tecnicarton, trabalharia vários aspetos, como, por exemplo:

  • Dispor de formação e permitir o desenvolvimento de carreira: É frequente encontrar colaboradores que ambicionam continuar a crescer no que diz respeito à sua carreira profissional. Tanto para reter como para atrair este tipo de talento, é necessário contar com programas de formação que complementem os conhecimentos e as aptidões dos colaboradores. Desta forma, consegue-se manter a motivação e dispor de profissionais cada vez mais qualificados dentro da empresa.
  • Criar um ambiente de trabalho confortável: Dispor de um clima salutar e de respeito mútuo entre os colaboradores é outro fator a ter em conta, tanto para atrair futuros candidatos como para reter o talento de que a empresa já dispõe. Fomentar o companheirismo, o sentimento de pertença, o reconhecimento e incentivar a equipa de trabalho pode ajudar nesta tarefa.
  • Impulsionar a liderança e a confiança: Um líder é aquele que motiva e orienta os seus colaboradores. O facto de uma empresa adotar este modelo de gestão, em vez de se limitar a dirigir e controlar, repercute-se diretamente na manutenção de uma equipa de trabalho comunicativa, empenhada e capaz de se coordenar. Outro ponto crucial é a confiança que deve existir entre todos os colaboradores. A transparência e sinceridade quando é necessário comunicar decisões, ações ou prestar informações sobre a empresa são aspetos que incidem diretamente sobre este ponto.
  • Fomentar o Employee Engagement: Tão interessante é atrair talento como retê-lo. Fidelizar as pessoas partilhando com elas a estratégia empresarial ou investindo em políticas de Responsabilidade Social Empresarial é de importância estratégica e revela-se extremamente eficaz.